Pacientes reclamam na demora no resultados de Leishmaniose

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SÃO LUÍS – Pacientes que procuram o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de São Luís e realizam o Teste de Elisa para diagnóstico da Leishmaniose reclamam que não estão recebendo o resultado do teste.

O problema na demora do resultado vem do Laboratório Central – Lacen, responsável pelo diagnóstico, que há dois meses não dão retorno dos testes. Na tentativa de contato com a área responsável, o Laboratório de Endemias, não foi possível obter as justificativas do motivo da demora.


SAIBA MAIS SOBRE A LEISHMANIOSE

De acordo com especialistas, enquanto a leishmaniose tegumentar (ou do tipo cutânea) é caracterizada por “erupções graves na pele”, a do tipo visceral – ou calazar – é prejudicial a órgãos considerados vitais para o organismo humano, como fígado e baço. Independentemente do tipo, a leishmaniose – segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) – é considerada uma das doenças tropicais (pelo aspecto geográfico dos registros da doença) relacionadas a protozoários de maior relevância mundial, após a malária.

A leishmaniose é transmitida pela picada do mosquito-palha infectado, e o cão doméstico pode ser hospedeiro do parasita. A evolução da doença, na maior parte dos casos, é crônica e – caso não seja tratada – pode levar à morte em até 90% dos registros.

Ainda segundo os infectologistas, o período de incubação da doença – geralmente – é de 3 a 18 meses. Mas, segundo os médicos, quanto mais rápido for o diagnóstico, maiores são as chances de cura. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), nos últimos anos, a taxa de eficácia no tratamento da doença foi de 56%.

Sintomas principais

Entre os sintomas estão febre, palidez, emagrecimento, tosse, calafrios, vômitos, diarreia, além de dores de cabeça.

Animais infectados

Até 2015, de acordo com dados da UVZ, eram 15 mil animais soltos nas ruas da cidade e que, portanto, sem as condições ideais sanitárias, poderiam ser transmissores da doença. Atualmente, segundo dados do serviço, de 5% a 7% da população canina e felina da cidade vive nas ruas e está abandonada.

No total, ainda segundo informações da unidade do Município de São Luís, são aproximadamente 160 mil cães e gatos na cidade. Deste quantitativo, mais de 60% são apenas cachorros.

Disseminação

Há duas versões para entender o início da disseminação da doença no estado. Há um argumento defendido por determinados estudiosos no assunto que apontam para o nascedouro da leishmaniose entre as décadas de 1930 e 1940. À época, além do Maranhão, estados como o Piauí e o Ceará também foram atingidos pelo transmissor.

Outra versão defende que o primeiro surto da doença ocorreu em meados da década de 1980. Na ocasião, de acordo com dados da Fundação Nacional de Saúde, mais de 71 mil casos de calazar foram registrados somente na Ilha de São Luís. Além da capital, na ocasião, cidades como São José de Ribamar e Paço do Lumiar também apresentaram dados da doença.

No fim da década de 1980, houve expansão da doença, em especial em áreas consideradas periféricas da Ilha. As condições destas localidades, muitas vezes sem a infraestrutura sanitária necessária e tomada por diversas ocupações sem qualquer controle urbano, as transformaram nos principais criadouros do transmissor da enfermidade.

Atualmente, estima-se que aproximadamente 350 milhões de pessoas no mundo vivam em áreas consideradas de risco para a leishmaniose. A doença, inclusive, já foi diagnosticada em cerca de 88 países. Do total de casos, a concentração maior estaria na Índia, Bangladesh, Nepal e Sudão, além do Brasil.

Letalidade

Além da disseminação no número de casos, a taxa de letalidade da doença no país somente aumenta, com base em dados do Ministério da Saúde (MS). De acordo com a pasta, se em 2007 o índice de mortes a partir do quantitativo de registros era de 5,4%, nos últimos anos, esse percentual subiu para quase 8%. Em média, segundo da­dos da pasta, são registrados aproximadamente 3 mil novos casos de leishmaniose por ano.

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