Eita! “Jabuti trepado”, Ronalldo Lopes fez doações de campanha para Edivaldo Junior e Pedro Fernandes

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No campo das anedotas políticas brasileiras, uma máxima que diz que jabuti não sobe em árvores. Assim, cada vez que um nome ocupa um determinado posto/cargo político sem que tenha talento ou méritos pessoais e profissionais para isso, cabe usar a frasezinha infame: “Quando se vê um jabuti trepado, já se sabe. Ou foi enchente, ou mão de gente”. A máxima cai como uma luva para explicar o que aconteceu para a assenção de Ronaldo Lopes.

O assessor técnico Ronalldo Lopes Lima, suspeito de ser operador da Prefeitura de São Luís nas negociações que visam acelerar pagamentos aos prestadores de serviço, incluindo a empresa São Luís Engenharia Ambiental (SLEA), financiou campanhas políticas em 2008, 2012 e 2014.

Levantamento realizado pelo site Maranhaodeverdade.com em parceria com os blogs do Neto Cruz, César Durans e Ilha Rebelde, com base em dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), confirma que o servidor municipal cujo patrimônio é incompatível com seus rendimentos, colaborou para a campanha do ex-deputado Pedro Fernandes (PTB), na eleição de 2014.

No cruzamento de dados da prestação de contas da Justiça Eleitoral, Ronalldo Lopes Lima, titular do CPF 765.245.073-04, aparece como doador de campanha do pai do atual deputado Pedro Lucas, com uma contribuição no dia 27 de agosto de 2014 em “depósito em espécie” – como classifica o sistema de doação de campanha do TSE – no valor de R$ 10 mil.

Antes de ser nomeado na prefeitura ludovicense, Ronalldo Lima trabalhava como gerente da loja Limol, de propriedade da família e em seguida foi nomeado na Câmara Federal no cargo em comissão de secretário parlamentar no gabinete do então deputado Edivaldo Junior.


Em 2012, já no cargo de secretário parlamentar, Ronalldo Lima fez uma doação de campanha de R$ 12 mil reais para o próprio Edivaldo Júnior, que nesse ano foi eleito para seu primeiro mandato de prefeito. O depósito, segundo as informações da Justiça Eleitoral, foi efetuado no dia 28 de outubro de 2012 em valor “estimado”, como classifica o sistema de doação de campanha.


Além de 2012 e 2014, o suspeito de operar propina na prefeitura ludovicense aparece como doador também em 2008. Neste pleito, Ronalldo fez duas ‘contribuições’ para Edivaldo Júnior: uma de R$ 750 reais e outra de R$ 4.040 reais, totalizando uma receita de R$ 4.790 reais. Nessa época, o atual prefeito era vereador e disputava a reeleição para a Câmara de São Luís.

O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO?

De acordo com a Legislação Eleitoral, a pessoa física poderá doar 10% da receita bruta auferida anualmente, o que significa dizer que a doação feita por Ronalldo Lima, em 2014, por exemplo, era plenamente possível, para um simples funcionário público nomeado em janeiro de 2013.

No entanto, salta aos olhos, tomando por base o salario bruto de apenas R$ 9.000,00 (nove mil reais), e líquido no valor de R$ 6.929,00 (seis mil, novecentos e vinte e nove reais) – por conta dos descontos de imposto de renda e INSS – um assalariado, com muitas despesas familiares para honrar e contas para pagar, doar todo o vencimento no mês da doação e, ter precisado pedir quase R$ 3.071 (três mil e setenta e um reais) emprestado para completar o valor doado para a campanha do pai do deputado Pedro Lucas Fernandes, amigo de infância de Edivaldo Júnior.

As informações sobre as doações eleitorais de Ronalldo reforçam ainda mais os indícios de pagamento de propina e suposta pratica de agiotagem por parte de um dos ‘homens de confiança’ do atual chefe do executivo municipal. Na próxima matéria, iremos evidencia a outra faceta de Ronalldo Lima: a de empresário.

QUEM É ELE?

Filho de Ivone Lopes Lima e Manoel Pereira Lima, Ronalldo Lopes Lima, nasceu em São Luís, no dia 14 de março de 1980. Antes de ser nomeado na prefeitura ludovicense, ele trabalhava como gerente da loja Limol, de propriedade da família e em seguida chegou a ser nomeado na Câmara Federal no cargo em comissão de secretário parlamentar no gabinete do então deputado Edivaldo Junior, atual prefeito.

O assessor técnico é cunhado do empresário Igor Bandeira de Freitas Costa, primo do prefeito de Edivaldo Júnior. Igor Bandeira é proprietário da Invictta Comercio e Serviços Eireli – EPP, empresa que possui mais de doze contratos no valor de R$ 7,4 milhões apenas nos municípios de São Luís e Barreirinhas.

O pai de Ronaldo, o senhor Manoel Lima, era presidente do PTC no Maranhão, partido por onde o prefeito Edivaldo foi eleito para seu primeiro mandato, em 2012.

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