Além da literatura e da política

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Sempre tive febre de conhecimento. Talvez uma Enciclopédia Popular que meu avô José Adriano, professor — mestre escola”, como assim se chamava naquele tempo, em São Bento, onde passei a minha infância —, me tenha despertado essa curiosidade.

Na cidade nem na nossa casa não tínhamos livros para minha idade. Havia apenas o Almanaque de Bristol e essa Enciclopédia, que meu avô recebia mensalmente, e era minha fonte de conhecimentos novos. Eu tinha uma grande pressa em esperá-la mensalmente.

Daí meu hábito da leitura e a companhia do maior amigo que encontrei para a vida inteira: o livro.

Crescendo adquiri uma outra grande curiosidade: a física de partículas de altas energias, para descobrir aquela peça fundamental que gerou, do Nada, o Universo.

Quando Presidente da República visitei o Fermilab, em Chicago, nos Estados Unidos, o grande laboratório acelerador de partículas, onde trabalhava uma equipe de jovens brasileiros, sob a direção do grande físico brasileiro, Professor Alberto Santoro, que, ao lado do Prêmio Nobel Lederman, que descobrira os neutrinos, continuavam a busca da partícula “quark top”,
uma das necessárias para explicar o chamado Modelo Padrão. A última descoberta foi a do bóson de Higgs. Mas até hoje não encontraram a chamada “partícula de Deus” — nem a encontrarão.

Já mais velho, depois que, em Xangai, ouvi Helmut Schmidt falar das doenças desconhecidas e que elas ameaçavam mais o futuro da humanidade do que a bomba atômica, comecei a interessar-me por elas e ler o que me aparecia à mão.

Isso começou a apavorar mais os cientistas depois que, em 1967, o Filovirus de Marburg foi isolado, vindo de macacos trazido de Uganda para estudos cientícos, com 31 infecções e 7 mortes no laboratório que realizava os estudos, provocadas por severas hemorragias. Pouco depois apareceu o Ebola, também um Filovirus. Antes, em 1960, foi isolado Coronavírus responsável pelo resfriado comum. Ao longo da História diversas espécies de peste mataram multidões de seres humanos. Mataram e matam. Todo ano morrem muitos milhões de pessoas por impaludismo, sarampo, AIDS…

Agora, surge o SARS-CoV-2, candidatando-se a ser o apocalipse com sua doença, a COVID-19. O mundo é outro, o homem sabe tudo, descobre tudo, a sociedade é outra, os medicamentos são descobertos — e o homem quer matar Deus.

Mas é ELE quem vai nos salvar e em breve, pela mão d’Ele um novo Sabin ou Fleming — descobridores da vacina contra a paralisia infantil e da penicilina — virá em nosso socorro.

Para mim, depois de ter lido tanto, sobre nosso Princípio e Fim, sei pela FÉ que Deus vai nos salvar e está chegando.

Coluna do Sarney

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