Governo negocia liberação de verba do coronavírus para atrair partidos

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Além da oferta de cargos no segundo e terceiro escalão, o governo negociou a liberação de recursos como parte da estratégia para tentar consolidar uma base de apoio no Congresso Nacional. Para isso, segundo fontes ouvidas pela CNN, editou uma Medida Provisória abrindo crédito extraordinário de R$ 10 bilhões carimbados do Ministério da Saúde para ações voltadas ao enfrentamento do novo coronavírus. A publicação foi feita em edição extra do Diário Oficial desta quarta-feira (20).

Segundo parlamentares envolvidos no acordo, o critério de distribuição proposto pela Secretaria de Governo prevê que o montante seja distribuído não só com partidos como PP, PL, PSD e Republicanos, mas também com o MDB, DEM e PSDB. A investida nesses partidos que não integram o núcleo duro do chamado “centrão” seria uma estratégia do Palácio do Planalto para tentar ampliar a base de apoio no Congresso. 

Inicialmente, a estratégia da Secretaria de Governo seria distribuir de forma igualitária os recursos entre todos os partidos. Mas, de acordo com parlamentares que não quiseram se indentificar, a pasta teve de recuar depois que líderes do centrão pressionaram para concentrar mais dinheiro nas mãos do bloco que ensaia um alinhamento mais explícito com o governo.

Mesmo ciente de que vão receber menos verba, integrantes de partidos como DEM e MDB classificaram como positivo o aceno do Planalto. A avaliação dos políticos ouvidos pela CNN é a de que o gesto abre caminho para que as bancadas possam seguir acompanhando o governo em votações que tiverem afinidade. 

Mesmo sem previsão orçamentária, a abertura de crédito extraordinário para atender aos partidos está amparada no Orçamento de Guerra, proposta aprovada pelo Congresso Nacional que segrega do orçamento federal os recursos destinados a pandemia do novo coronavírus. Um dos trechos da proposta prevê que a União “adotará critérios objetivos para a respectiva destinação a Estados e a Municípios”.

Por Bárbara Baião e Larissa Rodrigues, da CNN

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