A disputa entre lideranças do grupo do governador Flávio Dino (PCdoB) pelo Governo do Estado, em 2022 – que já teve um capítulo tenso durante as eleições para prefeito de São Luís, com um claro racha na base aliada -, deve provocar uma nova crise entre partidos ligados ao Palácio dos Leões. janeiro de 2021 ocorrerá nova eleição para a presidência da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem). Atualmente comandada pelo prefeito reeleito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), ligado ao senador Weverton Rocha (PDT), a entidade é alvo de interesse, também, de outros dois postulantes ao cargo de governador: o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão (Republicanos), e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL).
Weverton, como era de se esperar, aposta na reeleição do atual presidente. E, pelo menos aparentemente, larga na frente, já que o PDT elegeu nada menos que 42 prefeitos no dia 15 de novembro, todos aptos a votar na eleição da Famem.
Segundo maior partido em número de prefeituras conquistadas na eleição deste ano, o PL, de Josimar de Maranhãozinho, elegeu 40 prefeitos – podendo chegar a 41, já que em Bacuri um filiado ao partido pode ser declarado eleito, já que o vendedor, Dr. Washington, concorreu sub judice e deve ter os votos anulados.
Ele estuda lançar a candidatura da sua irmã, Josina Cunha, atual prefeita reeleita de Zé Doca. Mas há, ainda, uma adiantada conversa com Brandão, que pode culminar com a união PL/Republicanos e o lançamento de uma candidatura do prefeito reeleito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos).
Nesse caso, os 40 (ou 41) prefeitos do PL se juntariam aos 25 eleitos pelo Republicanos, para formar um único grupo e partir em busca dos votos restantes para a vitória contra os pedetistas.
De longe – Menor após o resultado das urnas neste ano – caiu de 46 prefeitos eleitos em 2016, para apenas 22 em 2020, num recuo de mais de 50% – o PCdoB não deve lançar candidato. Mas isso não quer dizer que a sigla do governador não seja importante no processo.
Os votos comunistas, no fim das contas, podem ser decisivos para a eleição do próximo presidente da Famem, ou para a reeleição do atual. E deverão ser definidos apenas após posicionamento de Flávio Dino, que já anunciou a intenção de promover uma “revisão de alianças” com vistas às eleições de 2022, como ele mesmo anunciou nas redes sociais no início da semana.
“Formamos uma grande aliança estadual em 2018, quando da minha reeleição. Em 2020, me empenhei ao máximo para manter tal campo unido, tanto quanto possível. Agora entramos em um processo de revisão, visando à eleição de 2022. Processo que qualifico como normal e democrático”, declarou.
De acordo com Dino, o tensionamento de 2020 tem relação com 2022. “Nossa aliança estadual está tensionada por conta da disputa pela vaga de governador, já que não posso ser reeleito. Algumas eleições municipais se decidiram por essa tensão interna, inclusive a de São Luís, onde houve divisão no 2º turno entre os aliados do governo”, completou.
O Estado