Com o mesmo time que conquistou, em janeiro deste ano, o histórico nono lugar no Campeonato Mundial, o Brasil veio aos Jogos Pan-Americanos de Lima com um objetivo: carimbar o passaporte antecipadamente para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Mas, para garantir a vaga, será preciso fazer ajustes finos ainda na primeira fase.
A avaliação é do capitão do time, Thiagus Petrus. No jogo de estreia nesta quarta-feira (31.07), no Centro Desportivo Pan-Americano (CEDEPA), em Videna, contra o México, a seleção fez 33 x 23 no México, pela fase classificatória do Grupo B. Mas para ele, a equipe cometeu erros que seriam decisivos numa semifinal.
“Eu acredito que por ser estreia, alguns jogadores possam estar nervosos, mas agora é tirar essa ‘nhaca’. Teve alguns erros que normalmente não acontecem. Já conversamos um pouco no vestiário. A gente tem que melhorar e pegar uma crescente até o fim do campeonato”, alertou. “Erramos muitas bolas. Precisamos melhorar a defesa. No primeiro [tempo]a gente esteve bem. No segundo deu uma caída. Precisamos melhorar já para o próximo jogo”, completou o ponta esquerda Felipe Borges, responsável pelo maior número de gols pelo Brasil, com nove pontuações.
Nesta sexta, o desafio é contra os donos da casa, a partir das 20h (de Brasília). “Talvez o Peru seja uma equipe um pouco mais fraca que o México, mas eles vão vir extremamente motivados e acredito que a gente tem que sair um pouco mais intenso do que hoje”, destacou Petrus.
Nessa etapa, o país enfrentará ainda Porto Rico. Já no Grupo A estão Estados Unidos, Cuba, Argentina e Chile. Os dois primeiros de cada grupo avançam para a semifinal. A decisão está marcada para 5 de agosto. Nos outros jogos desta quinta, o Chile venceu Cuba por 38 x 28, Porto Rico fez 27 x 23 sobre o Peru. A Argentina enfrentou os Estados Unidos, mas até o fechamento da matéria o jogo não tinha sido finalizado.
Páreo duro
O resultado conquistado no Mundial não garante medalha no Pan, segundo Petrus. Para ele, a competição entre os países americanos será muito acirrada. “É mais difícil ganhar o Pan-Americano este ano do que ser nono no Mundial. Não sabemos quem vai classificar do outro grupo, mas Chile, Argentina e Cuba vão ser adversários duros”, destacou. “Talvez a gente seja favorito por conta da nossa campanha no Mundial, mas vale ressaltar que a Argentina e Chile estavam desfalcados.”, completou.
Caso o time seja derrotado numa eventual final, terá que disputar o Pré-Olímpico também, onde seis vagas para Tóquio 2020 serão colocadas em jogo em abril do ano que vem. “Eu acredito que a gente está no objetivo que é classificar para Tóquio, mas vai ser páreo duro. Não vai ser fácil”, reforçou.
Domínio no continente
A seleção foi bicampeã dos Jogos Pan-Americanos, em Santo Domingo 2003 e em casa no torneio do Rio 2007. Os dois títulos garantiram vagas nas Olimpíadas. A seleção terminou em 10º no torneio de Atenas 2004 e 11º em Pequim 2008. A tentativa do tricampeonato em Guadalajara 2011 acabou em uma medalha de prata, com derrota para a Argentina na final. O tricampeonato dos Jogos Pan-Americanos veio quatro anos depois nos jogos disputados em Toronto, batendo a Argentina por 29 x 27.
Já a equipe feminina conquistou o hexacampeonato continental em Lima, ao bater a Argentina na final, por 30 x 21. A última derrota da equipe em Jogos Pan-americanos foi em 20 de março de 1995, em Mar del Plata (Argentina), para os Estados Unidos: 29 x 26.
Investimento
Nove dos 14 atletas da seleção masculina de handebol presentes no Pan de Lima são contemplados pela Bolsa Atleta. O investimento anual nos jogadores é de R$ 308,7 mil. Na delegação brasileira do Pan levando em conta todas as modalidades, 333 dos 485 convocados são bolsistas, num investimento federal de R$ 14,6 milhões por ano.
O handebol como um todo tem, atualmente, 336 atletas nacionais contemplados pela Bolsa Atleta, num aporte de R$ 4,9 milhões anuais. São 25 na categoria olímpica, 239 na Nacional, 60 na Internacional, três na Estudantil e nove na Atleta de Base. “O programa é extremamente importante para ajudar em tudo e nos dar uma tranquilidade, uma ajuda a mais para a gente se manter”, disse Petrus, contemplado na categoria Olímpica.
Programação
1º de agosto
20h – Brasil x Peru
2º de agosto
22h30 – Brasil x Porto Rico
4 e 5 de agosto
Semifinal e final
Por Cynthia Ribeiro, de Lima, no Peru – rededoesporte.gov.br