IBOPE reforça a polarização da disputa pelo Planalto

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O resultado da pesquisa Ibope divulgada na noite de ontem reforça a polarização da campanha a menos de duas semanas das eleições. O levantamento apresenta dois pelotões na corrida. O primeiro, formado por Jair Bolsonaro, do PSL, com 28% das intenções de voto, e o segundo por Fernando Haddad, do PT, com 22%, que estão a mais de dez pontos, no mínimo, dos terceiro, quarto e quinto colocados: Ciro Gomes (PDT), 11%, Geraldo Alckmin (PSDB), 8%, e Marina (Rede), 5%.

A pesquisa confirma a tendência de que o eleitor se afastou do centro, indo em direção aos polos representados pelos candidatos do PSL e do PT. Enquanto Bolsonaro parece não subiu, Fernando Haddad, a partir da conquista de eleitores do sexo feminino e da classe de menor renda, que até então eram os mais indecisos, cresceu três pontos percentuais. Na rabeira, aparecem João Amoêdo, do Novo, com 3%, Alvaro Dias, do Podemos, e Henrique Meirelles, do MDB, com 2%, e Guilherme Boulos, do PSol, com 1%. Cabo Daciolo, Vera Lúcia, João Goulart Filho e Eymael não pontuaram.

Em relação aos levantamentos anteriores do Ibope, Bolsonaro ganha rejeição — 42% a 46% — e perde intenção de voto nos cenários de segundo turno. O deputado, que está internado desde o início de setembro no Hospital Albert Einstein, sairia derrotado se fosse confrontado por Ciro (46% a 35%), Haddad (43% a 37%) e Alckmin (41% a 36%) na segunda etapa. O líder das pesquisas empataria somente com a ex-senadora Marina Silva (39% a 39%), que despenca nos levantamentos.

Para o cientista político David Fleischer, especialista em eleições, as propagandas negativas em cima de Bolsonaro influenciaram para a estagnação do militar. “Além das várias críticas em propagandas na televisão e no rádio, a ausência física, apesar de toda a cobertura gratuita feita pela imprensa, fez Bolsonaro estacionar”, sustenta. Segundo Fleischer, a tendência de crescimento de Haddad e a migração de votos do centro podem mudar o cenário. “Em duas semanas, muita coisa pode acontecer. Os partidos do centrão estão desanimados com o Alckmin. Então, resta saber para onde vão esses votos se ele não reagir”, avalia.

Por Correio Braziliense

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