“Mesmo assim, eu votei pela mudança. Conversamos sobre isso na reunião do Grupo de Estratégia, sobre as motivações. Nós tínhamos 100% de certeza, assim como temos hoje, de que não fizemos nada de errado. É por isso que não pedimos esclarecimentos”, destacou.
“Nós sabíamos a intenção da regra, isso porque eu votei a favor. Nós vimos como estava escrito. Recebemos dados da Mercedes sobre peças não-listadas em 2018 e usamos esses dados para desenhar os dutos de freios. É completamente legal”, continuou.
A polêmica pela possível infração da Racing Point, acusada de copiar a Mercedes de 2019, segue ganhando reviravoltas. Otmar Szafnauer, chefe da equipe britânica, afirma que em 2019 foi favorável à inclusão dos dutos de freios, centro da controvérsia, no grupo de peças listadas, que não podem ser reaproveitadas por rivais. Szafnauer usa o posicionamento para voltar a afirmar: a escuderia não teme qualquer condenação.
A lógica de Szafnauer é que, caso a Racing Point tivesse interesse em copiar perfeitamente os dutos de freios da Mercedes, não teria votado por uma mudança de regulamento que tornaria a ação ilegal. Mesmo reconhecendo que recebeu informações sobre o carro prateado, Otmar segue defendendo que não fez uma cópia perfeita.
“As regras eram bem claras para nós”, disse Szafnauer, chefe da Racing Point. “Em 2019 e 2018 você podia pegar os dutos de freio, os designs, o que você quisesse. Quando chegamos em 2020, você não pode mais. É isso que as regras querem dizer. Eu votei por essa mudança. Fizemos uma votação para mudar isso e o Cyril [Abiteboul] foi por aí fazendo lobby porque nem todos queriam mudanças de não-listada para listada”, seguiu, acusando o chefe da Renault de querer que dutos de freio seguissem ‘copiáveis’.
O caso caiu nas mãos da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que não comprou a versão da Racing Point. O protesto da Renault resultou na perda de 15 pontos referentes ao GP da Estíria, segundo do ano. Só que a situação segue incerta: a equipe britânica apelou para reverter a decisão, enquanto a francesa segue nos tribunais para conseguir punição ainda mais pesada.
A situação causa estranheza a Szafnauer, que relembra uma investigação da FIA após a pré-temporada, em março. Na ocasião, a entidade não notou nada de errado e permitiu que o RP20 disputasse o campeonato normalmente.
“Eles falaram com o pessoal do desenvolvimento, falaram com nossos projetistas, com o pessoal da aerodinâmica sobre qualquer componente que quisessem. Falamos até sobre dutos de freios. Eles perguntaram como tínhamos conseguido esses dutos, nós explicamos, eles disseram ‘ok’ e foram em frente. Pensamos que era isso. Eles tiveram várias oportunidades”, recordou.
Fonte: Grande Prêmio.